The Flash - Será Flashpoint o catalisador que organizará o Universo Expandido da DC?

Flash tem se tornado um dos personagens mais queridos da cultura geek nos últimos anos. Tanto em suas aparições nos cinemas no filme da Liga da Justiça, quanto a série própria da CW acabaram por popularizar mais ainda o velocista. E não é à toa, o personagem sempre foi muito interessante, carismático e divertido, apesar de alguns clichês em sua origem e algumas escolhas controversas que culminaram em crise nas infinitas terras.

Todavia o que torna mais interessante no personagem é o conceito de ele ser o coração da Liga da Justiça. Provavelmente é um conceito exclusivo da animação dos anos 2000, entretanto eu sempre gostei desse arco da animação, ela estabeleceu uma Liga da Justiça maléfica – de um universo paralelo claro – após a morte trágica do Flash. Claro que seria muito difícil adaptar algo assim, pelo menos agora enquanto o DCEU ainda está engatinhando, entretanto, a proposta de adaptar Flashpoint trazendo a Supergirl, uma versão alternativa do Flash e o Batman do Michael Keaton não é tão simples também.

O filme do Flashpoint será um marco da DC nos cinemas, isso é um fato irrefutável e pode ser uma das melhores coisas para o universo cinematográfico da empresa. Não podemos fechar os olhos para os filmes que compõem o DCEU, principalmente quando vemos que pouquíssimos filmes foram sucessos de crítica e público. Não precisamos entrar em discussões se Batman vs Superman foi bom ou ruim, nem nada do gênero, entretanto sabemos que foram filmes que dividiram opiniões e aqueles que foram bons em crítica foram mal em bilheteria. Sim, o filme do Superman – o herói mais famoso do mundo – fazer a mesma bilheteria que Doutor Estranho é vergonhoso. Agora a oportunidade óbvia é aquele singelo reboot utilizando o flashpoint. Desse modo podemos salvar as coisas ótimas e jogar fora tudo de ruim. Então podemos sim manter a Mulher Maravilha da Gal Gadot e descartar sem dó o Coringa do Jared Leto.

Podemos discutir por semanas quais as decisões certas e erradas que precisam acontecer para o filme ser um sucesso. Particularmente eu não acredito na metade dos rumores de internet, pois eles não fazem o menor sentido de fato, são apenas caça-cliques sem vergonha alguma para conseguir relevância. Então para mim será feito um soft reboot tal qual Homem-Aranha fez, mas diferente do filme da Marvel, este reboot afetará todos os personagens colocando o DCEU nos trilhos novamente. Precisamos de ordem para o multiverso da DC, não existe mais a visão de um único diretor para esse universo compartilhado e na realidade nunca deveria ter existido tal coisa. Snyder deu o pontapé inicial no DCEU, mas nunca deveria ter tido carta branca para moldar toda a estrutura dos filmes do estúdio, justamente por isso fez falta um “Kevin Feige” para colocar limites ao diretor. Agora após o flashpoint teremos enfim um rumo para os diversos futuros projetos da DC, podendo finalmente assistir a um filme da tropa dos lanternas decente por exemplo.

Eu culpo muito o estúdio por querer apressar algo que precisaria de tempo para se consolidar, acredito que se tentarem fazer isso de novo será mais uma falha no percurso, a melhor forma de acertar é não inventar demais, pegar o roteiro básico das HQs fazendo pequenas adaptações e entregando um filme épico para abalar as estruturas da comunidade geek. Pensando nisso precisamos de um Flash Reverso imponente, para dar trabalho e conseguir trazer todas as nuances que o vilão possui, principalmente seu ódio pela simples existência de Barry Allen. Para um épico de qualidade a guerra entre Atlantis e Amazonas precisa acontecer, seria uma oportunidade desperdiçada não usar Jason Momoa e Gal Gadot como antagônicos extras do velocista. Claramente a Supergirl terá um papel fundamental na trama, talvez seja uma substituta a participação Victor Stone, já que no original, sem o Superman, o herói principal dos terráqueos é o Ciborgue.

Esse universo paralelo em que o Flash irá parar deve ser apenas uma desculpa, não acredito nem por um segundo que este novo mundo será o principal após o término do filme, a utilização de tal arco deve ser apenas para a substituição de alguns atores, com a desculpa de “variantes” que está sendo usada pela concorrência. Então pensando nisso, a DC poderá usar o Ciborgue em futuros projetos sem precisar do ator Ray Fisher, que trava uma guerra contra o estúdio por atos abusivos no set de Liga da Justiça, acusando inclusive o CEO da Warner de compactuar com tais atitudes. Outros personagens devem ser trocados, como o Superman de Henry Cavill e o Batman de Ben Affleck, acho que a melhor forma seria colocar os atores que querem continuar nos papeis. Ben Affleck já deixou claro que não quer voltar, mas esse universo precisa de um Batman, então que tal trazer o Jovem Cavaleiro das Trevas de Robert Pattinson? Henry Cavill quer continuar como Superman, então acho que a única mudança que poderia ser feita é na personalidade do personagem, pois é fato que o Superman de Snyder é bem diferente das HQs.

Nossas expectativas estão controladas de fato, pode ser um acerto colossal do estúdio para arrumar o bagunçado DCEU ou terminar de enterrar o projeto que não teve o cuidado necessário para emplacar entre os fãs. A melhor parte disso tudo é que a Warner pode ter sucesso em ambos os cenários, se consertarem o universo compartilhado poderão voltar a planejar filmes que se conectam, conseguindo no futuro ser melhor que a concorrência. Caso o fracasso aconteça o estúdio pode voltar a fazer franquias separadas, deu certo com o Batman do Nolan e pode dar certo com outros heróis da editora. Por mais que tudo gire em torno de franquias intercaladas aos moldes do MCU, nada sugere que isso será para sempre o único modelo aceitável.

Eu adoro os filmes do Homem-Aranha, X-men e Blade apesar de não estarem inseridos em um universo expandido, o que impediria a Warner de fazer filmes que se bastassem em si próprios? Fizeram “Coringa” e deu muito certo, estão fazendo “The Batman” e tudo indica mais um sucesso, por que não um filme do Lobo? Da Zatanna? Sr. destino? Constantine? As possibilidades são infinitas, os personagens que mencionei são de certa forma desconhecidos, mas na mão de um bom diretor podem alcançar bilheterias astronômicas, isso sem falar do panteão dos heróis da DC que são muito populares. Tudo que quero são bons filmes, interligados ou não, bem-feitos e com uma proposta inovadora para o gênero, pois nenhum de nós quer que esse mercado fique saturado e cansativo.