Movies & SériesWHAT IF – Temporada 1: Não foi o melhor episódio, mas foi o mais importante

WHAT IF – Temporada 1: Não foi o melhor episódio, mas foi o mais importante

Por: Gustavo Tavares

E se Odin tivesse levado Loki, filho de Laufey, de volta aos seus pais biológicos e Thor fosse criado como filho único? Neste sétimo episódio teremos a oportunidade de ver o herói de Asgard tendo uma personalidade completamente diferente daquela que conhecemos. Confira a seguir a nossa review com spoilers do sétimo episódio da primeira temporada de WHAT IF.

Desde que tivemos a confirmação que uma série animada baseada na pergunta “E Se”, um conceito muito utilizado por todas as grandes editoras, eu não acreditei por nenhum momento que seria apenas uma antologia. Uma série antológica é aquela que os episódios ou temporadas não necessariamente confluam, ou seja, séries como Black Mirror, American Horror History, Love Death & Robots por exemplo.

Quando saiu a informação que a série estava sendo chamada de “WHAT IF: Guardiões do Multiverso”, confirmou para mim que os eventos não seriam isolados. Sempre foi claro que a utilização da animação seria uma desculpa para testar alguns personagens e caso eles fizessem sucesso poderiam ser transportados para o Live Action facilmente. Capitã Carter poderá ter participação em filmes futuros, assim como Killmonger poderá voltar em algum momento caso alguém queira utiliza-lo, inclusive eles podem até mesmo reutilizar atores que não estavam no MCU até este momento, Hugh Jackman como Wolverine por exemplo. O final deste capítulo foi a confirmação de que a história contada até o momento era uma apenas e talvez ao final do seriado receberemos algumas surpresas.

Atenção: o conteúdo abaixo contém spoilers!

O sétimo capítulo necessita de um singelo esforço da paciência dos espectadores em aguentar a nova personalidade do Thor. Sinceramente eu vibrei quando a Capitã Marvel começou a dar uma surra no Deus do Trovão. Isso prova que o Thor do MCU, apesar de ser engraçado e divertido, ele consegue ter um tom muito bem equilibrado. Ao comparar o Thor príncipe de Asgard com o Thor príncipe da festa não tenho dúvidas de qual eu prefiro.

Foi acertado a forma como essa nova versão do Thor foi criada, quando o Loki é retirado da equação faz todo sentido que o Thor não tenha desenvolvido responsabilidade, inclusive nós conhecemos o Thor imprudente no seu primeiro filme e o seu exílio em Midgard o ensina humildade e responsabilidade. Então temos um Thor, que aproveitando o sono de Odin e a viagem da Frigga, resolve escolher um ambiente longe dos olhos de Heimdall para simplesmente festejar. Esta festa é justamente, a festa das festas, com praticamente todos os personagens do MCU. A primeira metade do capítulo é justamente genial, por mais que o Thor festeiro me irrite um pouco, as interações neste início são maravilhosos lembrando-me muito do filme de comédia “Se beber não case”, a Darcy casando com o Howard, o Pato, a Jane sendo encantada pelos dotes físicos do Thor somado aos elogios shakespearianos, ambos dançando na balada enquanto os amigos do Thor aprontavam todos os tipos de brincadeiras estando completamente bêbados, Jane e Thor fazendo tatuagens no calor do momento, este foi sem dúvidas o episódio que eu mais gargalhei.

What if: Release date

Quando essa noite termina temos a melhor cena do episódio, a Jane acordando com uma ressaca absurda, em um quarto onde há vários personagens apagados por causa da bebedeira da noite anterior. O destaque desse quarto é a aparição do Rocket Raccoon, que aparece dormindo na pia e o Fandral dormindo cercado de criaturas não identificadas. O sono da doutora é perturbado por ligações telefônicas da S.H.I.E.L.D., que buscavam a cientista para resolver o problema da “invasão alienígena”. Descobrimos que a Maria Hill está como diretora interina, após Nick Fury ter sido mandado para o hospital pelo Korg, que o atropela quando corria para pular na “piscina”. Devo afirmar desde já que, eu sempre quis ver a Maria Hill assumindo o comando da rede de espionagem, ela sempre foi mais rígida que o Fury quando assumia o cargo e aqui não foi diferente.

Mesmo que a invasão fosse de aliens buscando diversão, a Maria não espera para ver e chama imediatamente o “último recurso”. Ela utiliza o pager do Nick para convocar a Capitã Marvel para dar uma lição no Thor, a Capitã chega quase que imediatamente para controlar a situação, a parte engraçada é que sua aparição é dividida com a chegada de Loki, que possui o visual de gigante de gelo e é o melhor amigo do Thor, “Irmão de outra mãe” como eles mesmos se descrevem. A cada soco desferido pela heroína era uma desculpa eu para vibrar. Existe agora uma dúvida que nem deveria ser uma questão, quem é mais forte Thor ou Capitã Marvel? A obviedade da resposta é quase indigna de ser proferida, claro que a Capitã Marvel é a mais forte, ela poderia tê-lo destruído caso lutasse a sério.

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De qualquer modo, por não querer destruir o planeta em uma batalha sem sentido, Carol perde o confronto e é confrontada pela diretora Hill. A explicação do por que ela não o impediu é justamente a cautela em preservar o planeta. Um plano é montado no horizonte, algo muito parecido com Dragon Ball, levar o príncipe Asgardiano para um lugar onde a Capitã não precisará segurar seus socos e aniquila-lo de uma vez por todas.

Jane, que nesta realidade também se apaixona por Thor, prefere pensar em um plano menos drástico. Graças a Darcy ela constata que se existe um Thor deve haver um Odin, uma Frigga e um Heimdall. Com a ajuda de Selvig, a distância, ela constrói um amplificador para chamar atenção do guardião de Asgard, ele por sua vez a envia diretamente para o local em que Frigga se encontra. Ela conta que Thor está na terra e precisa de ajuda urgente, Frigga então aparece em sua forma astral no momento exato em que a Capitã Marvel junto dos mísseis nucleares da Maria Hill iriam destruí-lo. Devo admitir que apesar de achar o novo Thor inconveniente e irritante aos poucos ele foi melhorando como personagem, a parte mais hilária é claro ele desesperado tendo que limpar toda a bagunça que aprontou. Ele pede ajuda para os seus convidados, mas estes só ajudam quando o Thor sobe o tom e avisa que a sua mãe está vindo.

Thor Ragnarok: cast foi reutilizado neste capítulo de What If

Com o trabalho de equipe ele consegue desfazer tudo que ocorreu nos últimos dias e termina fingindo para sua mãe que estava em uma “viagem cultural de estudos”, mentira que não dura quando ele chama o Mjölnir sem tê-lo limpado antes. Toda a cena é muito engraçada, o medo genuíno de Thor da sua mãe lembra-nos épocas mais simples, quando nós éramos os adolescentes irresponsáveis. Todavia a parte mais importante do capítulo é o seu final, Thor decide pedir desculpas a Jane Foster e a convida para um encontro, entretanto quando ele estava voltando para casa ele se depara com um portal sendo aberto. O Ultron supremo aparece portando todas as seis joias do infinito, com uma aparência muito mais próxima das HQs, pelo menos até o momento em que ele abre o capacete e vemos uma versão em que ele conseguiu passar seus dados para o corpo do Visão.

What If: Cast da animação é o mesmo dos filmes live Action

Tudo que passava pela minha cabeça era que eu sabia que está animação, independentemente de ser uma produção focada em um público alvo mais especifico, poderia ser utilizada para compor os filmes em um futuro próximo. A aparição do Ultron neste universo praticamente confirma que, essa série não é antológica pelo contrário, cada episódio estava nos preparando para algo maior, assim como cada um dos filmes do MCU era uma peça do quebra-cabeças. Com apenas dois episódios para o fim da temporada, o vilão será o estopim que vai reunir todos os heróis do multiverso para uma batalha final. As probabilidades de assistirmos uma adaptação inspirada em “Ultron Eternamente” das HQs é praticamente certa e mal posso esperar para o desfecho desse seriado.

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