WHAT IF – Temporada 1: Capitã Carter estrela brilhantemente primeiro episódio onde suas escolhas são

Acredito falar por todos os fãs que acompanharam toda a saga do infinito durante esses onze anos, nós acabamos por decorar cada momento de todos os vinte e três filmes que compõe essa grande história e essa animação parece ser um presente agradecendo nosso empenho em acompanhar cada nova peça do quebra cabeça que se encaixava até culminar na batalha final em Vingadores Ultimato. Todos os elementos que víamos antes estão aqui, porém modificados devido a proposta do projeto sem nunca deixar de nos entreter, consegue atingir nossa nostalgia quando lembramos dos filmes originais e por fim amaciam nossa curiosidade quando respondem à pergunta que propuseram no início do episódio.

Tudo indica que as mudanças feitas pelas escolhas da capitã possam ter ramificações importantes que serão exploradas em futuros episódios do seriado. Infelizmente o saldo final não é cem por cento positivo, talvez seja culpa minha que assisti dublado para analisar esse fator e também pode não ser já que o texto precisa funcionar em qualquer idioma. Em alguns trechos da animação os diálogos me pareceram muito piegas ou fora de tom, provavelmente com um cuidado maior com o roteiro isso poderia passar despercebido ou nem se quer ser uma questão. What if é cânone com grandes probabilidades de existir graças ao excepcional final de Loki, seria uma grande surpresa se em um futuro próximo a Hayley Atwell reprisasse seu papel em live action portando um certo escudo de vibranium.

Tudo se inicia com o Uatu apresentando mais uma vez o conceito de multiverso, e como uma pergunta simples como “E se” acaba desencadeando diversas possibilidades de um presente completamente diferente que conhecemos. Acho que esse início tem um fator muito mais “cool” para existir do que ser realmente uma explicação para aqueles que não tem prestado atenção nos últimos projetos do estúdio. Com isso temos apresentado a mudança que provavelmente seria podada pela AVT, quando solicitada a sair da sala Peggy Carter escolhe ficar próxima ao Steve durante o experimento mudando todo o universo que conhecíamos. Ela consegue antecipar o ataque alemão, mas antes de impedi-lo o nazista explode o laboratório atira em Steve Rogers e é impedido de fugir pela agente Carter, com o maquinário danificado e Steve baleado a única escolha de dar seguimento ao experimento é a própria agente entrar na máquina de raios-vita, assim nasce a Capitã Carter que possui diversas diferenças comparada ao Capitão América.

Como foi perfeita a forma como foi feita a mudança de protagonismo, pois durante os anos 40 seria impensável para a sociedade machista que uma mulher fosse escolhida para ser o rosto da resistência contra o nazismo alemão. Graças a esse preconceito datado temos uma história de origem mais crível para a Peggy se tornar a heroína no lugar do Steve. O fato de uma mulher ser o super soldado gera durante o capítulo discussões que vimos na série live action da personagem, principalmente a hipocrisia masculina que subestima a personagem mesmo ela se provando uma grande agente/soldado em ambos os projetos. Aqui temos a prova como a Capitã é uma força da natureza contra os devaneios autoritários dos alemães.

Assim como Steve ela não aceita ser deixada para trás por causa de preconceitos imbecis, então junto do Howard ela lidera uma missão para impedir que o Caveira Vermelha receba o Tesseract. A cena é espetacular podemos ver como a Peggy é muito mais firme ao manejar o escudo, acredito que ela é muito mais contundente na forma de lutar que o capitão américa um dia já foi justamente pelas diferenças das trajetórias de ambos. Rogers era um garoto franzino que apesar de fraco, ele continuava sendo um homem branco, hétero e privilegiado nos Estados Unidos do século XX tendo como principal qualidade sua bondade, a Capitã, no entanto era uma mulher vivendo em um mundo retrogrado precisando dobrar seus esforços para ter o mesmo reconhecimento da sociedade. Com isso durante todo o episódio não se surpreenda em sentir dó da surra que os oponentes da heroína estão levando, aquele escudo se torna uma arma muito mais brutal nas mãos da Capitã.

Depois de coletar o Tesseract, Howard Stark consegue anos antes criar o seu próprio homem de ferro que foi batizado como “Esmagador Hydra”, neste caso o piloto escolhido foi o Steve e junto da heroína eles começam a desmantelar as operações do Caveira Vermelha até chegar naquele fatídico trem onde o Bucky acaba caindo para depois se tornar o Soldado Invernal, todavia nesta versão ele é salvo pela Capitã Carter e a vítima do trem foi o Esmagador Hydra, tudo não passava de uma armadilha do vilão para conseguir se apossar do Tesseract novamente.

Aqui devo salientar como a animação é fluida e excepcionalmente bem-feita, os traços são belíssimos e a trilha sonora termina compondo perfeitamente a época que está sendo retratada, lembrando muito o filme do primeiro vingador. Depois de acreditar ter perdido o Steve a heroína resolve atacar a base do Caveira para acabar com a guerra. O plano do nazista mudou completamente, sem ter seu cientista chefe ele acaba por não conseguir armas de destruição em massa, devido a isso ele decide usar a joia do infinito para trazer uma criatura que seria seu “campeão”.

Neste momento eu deixarei em aberto quem era a criatura pois só vemos seus tentáculos, entretanto minha aposta seria Shuma Gorath que está fazendo sua estreia para quando aparecer em Doutor estranho 2 não causar tanto estranhamento. Os planos do Caveira acabam sendo destruídos pelo seu campeão que o esmaga impiedosamente, a única forma de impedir o mundo de ser destruído foi inverter a sucção do portal e a própria heroína empurrar os tentáculos utilizando força bruta, a cena de despedida dela com Steve é tão tocante quanto a original, porém dessa vez foi a Capitã Carter que se encontrou com Nick Fury enquanto eles testavam o Tesseract pré-vingadores.