Movies & SériesWHAT IF – Temporada 1: Emocionante para dizer o mínimo, Chadwick foi brilhante como T’Chala independ

WHAT IF – Temporada 1: Emocionante para dizer o mínimo, Chadwick foi brilhante como T’Chala independ

Por: Gustavo Tavares

E Se os Ravagers comandados pelo Youndu Udonta levassem o príncipe Wakandiano ao invés do Peter Quill em sua missão de coletar os filhos de Ego, o planeta vivo? A resposta se encontra neste episódio espetacular que além de nos entreter também consegue a proeza de homenagear Chadwick Boseman, O Senhor das Estrelas.

Um dos maiores absurdos desses tempos malucos que pegaram todos de surpresa, foi a morte de um grande ator que estava abrindo o caminho numa indústria que ainda não é de fato inclusiva. Chadwick Boseman não era apenas um ator de blockbusters da Marvel, ele era uma liderança que buscava um mundo mais justo e menos retrógrado. Em momentos que pessoas negras continuam sendo oprimidas, ele fazia a diferença através da cultura e da arte. O sucesso de Pantera Negra não só provou a importância da diversidade como reafirmou a necessidade de pessoas negras terem o orgulho de se verem nas telas como heróis e heroínas.

Lembro-me como se fosse ontem muitas pessoas criticando o primeiro filme da Marvel sobre um herói negro fazendo falsas equivalências em relação a filmes como Blade e Steel. Eles diziam que já havia filmes e séries de heróis negros e não entendiam o porquê de tanta adoração ao Pantera Negra. Essas pessoas ignoravam o fato de ser a primeira vez que um herói negro não seria retratado como um excluído da sociedade americana e sim como um Rei Africano. O filme foi muito além disso nos entregando um próprio “E Se” já naquela época. E se as riquezas da África não tivessem sido roubadas de forma vil pelos “europeus civilizados”? Como o mundo seria diferente não é mesmo?! Infelizmente teremos as últimas participações do ator nessa série animada que busca brincar com o conceito de multiverso. Tudo o que posso fazer agora é deixar minha homenagem ao ator, e que em algum multiverso em que ele tenha sobrevivido a luta contra o câncer, ele possa continuar entoando Wakanda Forever com orgulho de ser não só o Rei de Wakanda, mas também o Senhor das Estrelas.

Atenção: o conteúdo abaixo contém spoilers!

Quero muito acreditar que essas histórias do Vigia não estão tão desconexas quanto estão nos fazendo acreditar, justamente pelos personagens estarem tão perfeitamente representados nessas novas versões de si mesmos. Aqui temos uma realidade onde T’Chala foi levado pelos Ravagers de Youndu, entretanto ele obteve sucesso onde Peter Quill falhou miseravelmente.

Eu não sei quantas vezes já assisti a cena inicial, e toda vez me pego com um sorriso bobo de satisfação com a mudança significativa em sua apresentação comparada ao filme do Guardiões da Galáxia de 2014. Ele de fato ser conhecido como o “Lendário” Senhor das Estrelas pela reputação de roubar dos ricos para dar aos pobres é espetacular. Assim como o primeiro episódio, algumas cenas você consegue compará-las quadro a quadro com os filmes live action, o que dá aquela sensação ótima de nostalgia. Aqui temos um herói que conseguiu ser um fator de mudança para um universo tão vasto, ele impediu genocídios, conseguiu vencer o Thanos usando argumentos e não os punhos, mudou completamente a visão egoísta e criminosa de Youndu e por fim se mostrou um verdadeiro lutador da liberdade com aquele final na “coleção” do vilão principal do episódio.

O evento nexus presente nesse capitulo é o fato de Youndu não ter ido pessoalmente buscar o Peter Quill, delegando essa tarefa ao Kraglin e Taserface que em sua completa falta de noção acaba sequestrando o príncipe de Wakanda, que queria apenas a oportunidade de explorar o mundo. Essa curta explicação ocorre logo após a introdução do herói em Morag que estava coletando o Orb que contém a joia do poder. Após conseguir vencer a forças de Ronan com a ajuda de Youndu, temos um vislumbre das ações do herói na galáxia. Ao contrário de Peter que buscava dinheiro com o artefato, T’Chala buscava a joia para restaurar o “sol” dos Krylorianos para salvar o sistema deles da extinção. Temos aqui uma frase que parece a mesma crítica que Killmonger possuía sobre a nação de Wakanda, o príncipe terráqueo diz que nenhum tesouro vale tanto quanto o bem que pode ser feito com ele, sendo orgulhosamente apoiado por Youndu que nesta realidade é de fato uma figura paterna amorosa para o Wakandiano.

A partir desde momento as coisas escalam de uma forma que não podiam ficar mais estranhas. O que mais me surpreendeu foi a aparição de Thanos, sendo ele um dos soldados comandados pelo T’Chala, ele informa ao novo recruta dos Ravagers como o Senhor das Estrelas o convenceu com argumentos que genocídio não era a melhor forma de realocar os recursos do universo. Neste momento eu estava atônito com essa realidade apresentada, estava adorando cada segundo do episódio e como sempre isso se deve ao bom trabalho com personagens apresentados, eu adoro a nova Nébula, e como ela ainda tem problemas paternos com o Titã louco. Também temos um vislumbre de um Drax que não perdeu a família graças as ações do T’Chala, e o meu preferido do capítulo foi de longe o vilão tresloucado que o Colecionador se tornou.

Toda trama gira em torno das “Fagulhas da Gênese”, uma poeira cósmica rica em nutrientes que podem erradicar a fome do universo, o problema é que algo tão raro assim está em posse do Taneleer Tivan, que aproveitou o vácuo de poder deixado pelo Thanos para se tornar a grande ameaça nessa realidade. Com a ajuda de Nébula, os Ravagers poderão entrar na vasta coleção e roubar as fagulhas. Entretanto, para que este plano tenha alguma chance de dar certo, eles precisam usar o Orb como uma desculpa para conseguirem passar pela Ordem Negra que se tornou a equipe de segurança do vilão. Lá dentro temos um encontro com o Howard o Pato que me fez gargalhar, e posteriormente a descoberta do protagonista sobre a mentira que Youndu havia contado a ele. Quando ele encontra uma nave com tecnologia Wakandiana ele descobre que seu povo não havia sido dizimado de fato. Neste momento ele é traído pela Nébula que possuía uma dívida com o Colecionador que desejava adicionar o Wakandiano em sua coleção. Todavia, tudo isso fazia parte do plano de conseguir as fagulhas, e a Nébula não passava de uma agente tripla que resgata os Ravagers presos enquanto T’Chala mantém a atenção do Colecionador.

O modo de superar as adversidades é justamente o ponto mais interessante do episódio. É certo que para escapar da cela ele usa o colar de vibranium, entretanto, nunca venceria o Fauce de Ébano em uma briga corpo a corpo, por isso suas falas anteriores contra a escravidão são tão importantes pois atingem profundamente a Carina que trai seu mestre por uma causa mais nobre.

Temos então o melhor momento do episódio que é a cena de luta entre Tivan e T’Chala. Vemos que o Colecionador andou malhando muito e possui uma gama de armas singulares em sua coleção. Podemos ver o Mjölnir, o escudo do Capitão América e até mesmo o capacete da vilã Hela que ele usa em sua batalha contra o herói. Toda a cena é muito fluida e bem executada sendo intercalada pela fuga dos Ravagers que estão sendo perseguidos pela Próxima Meia-Noite, com isso temos a sensação de uma progressão de emergência cada vez maior ao ponto de vibrarmos quando o Thanos fica para trás para lutar pelo lado certo da história, quem diria que iríamos torcer pela vitória do titã louco...

Após vencer o Taneleer Tivan, T’Chala dá o controle de Luganenhum para Carina que decide libertar todos os prisioneiros para que possam se acertar com o Colecionador, e como uma adição a cabeça decepada do celestial transformar praticamente um planeta rico em flora após utilizarem algumas gramas da Fagulha. Ele decide então voltar para casa e reencontrar o povo que ele havia deixado para trás. Há também uma cena ambígua de como ficou fácil para Ego conseguir atingir seus objetivos ao encontrar o Peter Quill limpando um refeitório, mas como o próprio vigia pondera, isso é uma história para um outro dia. Acredito que podemos ter a certeza de que cada episódio terá um nível de desafio maior ao ter que superar o seu antecessor, pois não consigo conceber que algo melhor possa ser entregue nos capítulos posteriores, já que este foi um episódio perfeito em todos os aspectos.

Normalmente, sempre disponibilizamos o trailer especifico do programa que estamos abordando, porém como mais uma homenagem ao falecido herói Chadwick Boseman, teremos um vídeo que prova definitivamente como Pantera Negra foi um marco para o mundo.

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