TITANS – Temporada 3: Entre erros e acertos episódio melhora, mas não empolga

Existem muitos caminhos a serem definidos quando se está adaptando certa história para diferentes mídias e as chances de não agradarem os fãs são infinitamente superiores. Até mesmo obras consagradas e aclamadas pelos fãs como Senhor dos Anéis e Harry Potter possuem críticas fortes justamente em certas escolhas criativas que foram tomadas para facilitar roteiros e tramas. Neste segundo episódio, assim como o primeiro, há certas adaptações que certamente foram malfeitas ao ponto de destacar-se acima dos acertos e deixar os fãs da editora descontentes com o seriado.

Infelizmente por causa dessas péssimas escolhas o programa tem se tornado irrelevante entre os projetos do gênero, inclusive devo destacar a falta de repercussão dos capítulos nos canais frequentes de criadores de conteúdo no YouTube, por exemplo. Enquanto a concorrente consegue induzir as pessoas a debaterem e criarem teorias aos montes no Twitter/ Facebook com qualquer nova produção do estúdio, TITANS que deveria ser um dos carros chefes da DC UNIVERSE não empolga nem mesmo os fãs mais ardorosos de suas produções, e isso é muito preocupante.

Exatamente como no episódio anterior, o início me causa um ódio profundo de como os realizadores não tem a mínima ideia de para onde querem levar esses personagens. Tudo indica que eles pegaram em ambos os casos momentos icônicos das histórias do Batman e quiseram simplesmente apresentá-los em live action para que os fãs fizessem barulho ao ver atores reais interpretando tais momentos. No fim, foram tentativas vazias que não deram certo justamente por serem apenas easter eggs que não fazem o menor sentido com o que estava sendo apresentado e fogem completamente do cânone dos personagens nas HQs, ou seja, nós já vimos tudo isso em outras mídias e as adaptações que buscam trazer originalidade falha em fazer o básico. Temos a cena icônica da primeira aparição do Capuz Vermelho que é idêntica a animação Batman contra o Capuz Vermelho (2010), e infelizmente não passa nem de longe o mesmo impacto da animação. Tudo o que eu me perguntava era como o Capuz Vermelho surgiu se não apareceu o Ra's al Ghul? Se ele foi enterrado no cemitério da Mansão Wayne ninguém viu que o caixão foi roubado? Sério que o Batman mandou o corpo do Jason para a liga dos assassinos e depois simplesmente fugiu deixando os problemas para o Asa Noturna? Qual seria a motivação do vilão já que dessa vez o Batman vingou a sua morte? Todas as respostas para as perguntas que iam surgindo na minha cabeça não obtinham respostas satisfatórias, e tenho receio de me decepcionar novamente com o desfecho dessa nova temporada.

Toda a trama do capítulo gira em torno do surgimento desse novo vilão, por isso o Dick decide trazer os Titãs para Gotham para protegerem a população desse provável copiador do Coringa que foi assassinado em sua cela pelo Batman. Este fato norteia quase todo o episódio sendo uma sombra das escolhas para os vigilantes da cidade. As formas de ataque do Jason seguem um modus operandi muito mais parecido com o Charada do que de fato com o Capuz Vermelho, com isso ele passa a cometer crimes deixando pistas em pequenos enigmas para que o Asa Noturna utilize os ensinamentos do Bruce para desvendar o mistério, todavia o personagem da série não foi um bom aluno, ele precisa do Espantalho para dizer o óbvio sobre uma das pistas deixadas e mesmo após o vilão dar essa colher de chá para o herói, quem realmente desvenda o enigma é o personagem mais improvável, o Mutano.

A equipe é enganada mais de uma vez pelo vilão que utiliza sua experiência sobre seus ex-parceiros de equipe para escolher bem cada um de seus passos deixando os heróis mal vistos com a comissária Gordon que acaba deixando de fazer o seu trabalho por saber quem está por baixo dos uniformes. Neste segundo episódio meu ranço com a Oráculo diminuiu vertiginosamente justamente pelas atitudes fortes da personagem serem utilizadas no momento certo com os personagens certos, eu passei a querer ver mais da atuação da policial e como isso afetará as escolhas dos protagonistas.

Enfim, sinto muita falta da Rachel e da Donna Troy, os personagens parecem muito apagados desde que a Ravena foi para Temiscira para tentar ressuscitar a Moça Maravilha. Novamente temos alguns problemas acontecendo com a Kory que podem estar diretamente ligados com o fato de sua irmã estar na Terra, no entanto nada ainda foi de fato desenvolvido já que a equipe está focada em encontrar o psicopata do Capuz Vermelho.

Após a ação desastrada do Banco, Garfield com uma pequena ajuda de Connor descobre uma informação importante escondida na Abertura Bird do Xadrez que havia sido deixado como pista pelo vilão, com isso eles impendem que o Jason capture policiais para algum outro plano cruel e a cena que se segue é a melhor do episódio, de longe. A luta entre os dois Robins é incrivelmente bem ensaiada e termina com a descoberta do Dick sobre a identidade do novo vilão. Aqui devo dizer que a caracterização do Capuz Vermelho é no mínimo estranha para mim. A máscara parece muito com uma mistura do capacete do Homem de Ferro com a máscara do Deadpool, ela em alguns momentos parece ser muito maior em relação ao corpo do vilão e me lembrava um Funko o tempo inteiro. Enfim, esperava mais de uma produção de um estúdio competente como a Warner.

Espero que as escolhas para os próximos capítulos sejam mais apuradas, se continuar assim ainda veremos a cena da Bárbara sendo atacada pelo Coringa e o Dick usando o uniforme do Bruce para derrotar o Capuz só para entregar easter eggs vazios e sem propósito.