Movies & SériesLoki – Temporada 1: Mitologias nórdicas, velhos clichês e surpresas nada surpreendentes

Loki – Temporada 1: Mitologias nórdicas, velhos clichês e surpresas nada surpreendentes

Por: Gustavo Tavares

O episódio mais fraco da temporada falha ao tentar nos surpreender, e acaba trazendo os mesmos velhos clichês. A seguir, você poderá conferir nossa review com spoilers do quarto episódio de Loki.

Um dos principais vilões dos Vingadores que se tornou um anti-herói no terceiro filme do deus do trovão e teve seu fim trágico em Vingadores: Guerra Infinita ganhou uma série solo no Disney+. A seguir você poderá conferir nossa review com spoilers do quarto episódio de Loki.

Atenção: o conteúdo abaixo contém spoilers!

Infelizmente o quarto episódio não foi tão bom quanto seus antecessores. Apesar de ter gostado do capítulo ele foi de longe o mais fraco de toda a série por fatores muito específicos. Ele é clichê e tem o famigerado deus ex-machina. Quando acabou o episódio anterior eu fiquei muito surpreso por eles não terem conseguido arranjar um meio de escapar, no fundo eu sabia que poderia ter essa simplificação de que o Mobius os encontrou no apocalipse em Lamentis – 1, mas foi duro ver que a série seguiu pelo caminho mais fácil de todos. E depois veio o clichê maior “o amor que foi despertado no Loki pela sua variante gerou um evento nexus tão poderoso que a AVT foi capaz de localizá-los no momento em que o planeta colapsava”.

Enquanto eu assistia esse início, senti exatamente a mesma decepção quando descobri que o Tyrion tinha sido passado para trás em todos os planos que fazia para a Daenerys. Admitir que eles deixaram um dos melhores personagens do programa burro para equilibrar a “guerra” entra as rainhas foi desolador. O mesmo aconteceu aqui. Acreditar que não um, mas dois Lokis não conseguiriam arranjar um plano para escapar do planeta era inimaginável para mim.

Todo aquele início estava me incomodando muito, conforme o capiítulo avançava eu ia superando este primeiro choque até finalmente passar a gostar mais dos caminhos que a série estava escolhendo. Novamente são os intérpretes que mantêm a qualidade do produto intacto, apesar desse roteiro simplificado. Neste capítulo especificamente quem mais entrega no papel é Owen Wilson, as interações dele tanto com a Ravonna quanto com o Loki são excelentes, claramente conseguimos ver as dúvidas que ele passa a cultivar na cabeça pelas expressões, e diria até pelo tom de voz. Mobius claramente está muito incomodado desde o resgate das variantes, e conforme vai interrogando Loki, ele passa a juntar todas as peças. Sendo Mobius um especialista nas variantes do Loki, em nenhum momento ele confia na palavra do protagonista sem checar primeiro, afinal de contas o Loki ainda é o deus da trapaça. Outro fator importante foi mostrar a prisão de Sylvie que foi levada ainda criança para ser julgada pela AVT.

Duas menções honrosas que devemos dar ênfase é a aparição da Lady Sif interpretada novamente pela grande Jamie Alexander (que estará de volta em Thor 4) numa cena perfeita onde é colocada em looping para dar umas boas porradas no Loki. Outro fato interessante é que eles se basearam em um dos contos nórdicos mais famosos onde Loki raspa a cabeça de Lady Sif gerando uma fúria monstruosa em Thor (que é o marido dela). Com medo do irmão, ele promete resolver todo o mal que teria causado, além de presentear os deuses no processo. Então ele vai aos anões, apostando a própria vida de que eles não conseguiriam fazer presentes dignos aos deuses de Asgard. Desse modo ele os convenceu de fazer cabelos loiros com fios de ouro para Lady Sif, um navio para Frey chamado Skidbladnir, a lança Gungnir para Odin, e por fim o Martelo Mjölnir para Thor seu irmão. Apesar dos presentes serem ótimos, o cabo do martelo ficou curto demais (graças a uma sabotagem do Loki) sendo assim, ele manteve o pescoço intacto.

O segundo fato que fez os fãs perderem a cabeça foi a simples menção a vampiros no MCU. Como sabem, Blade está vindo com tudo e terá a sua própria série no Disney Plus, interpretado por Mahershala Ali. Este easter egg singelo já está gerando diversas teorias, a melhor de todas é dizer que existe a possibilidade de Wesley Snipes voltar a interpretar o anti-herói.

Quando disse que o capítulo era clichê, eu não estava sendo leviano. Todos os momentos que tentavam emplacar reviravoltas não funcionaram para mim. Acabei antecipando as “mortes” de Mobius e Loki minutos antes delas acontecerem. Quando os Guardiões aparecerem não me enganaram nem por um segundo, estando óbvio que eram apenas robôs - muito mal feitos inclusive. A Sylvie infelizmente foi colocada de lado quase todo o tempo, mas apesar das poucas aparições ela conseguiu aproveitar cada um dos momentos para desenvolver melhor suas motivações e continua tendo as melhores coreografias de ação do seriado. Ainda não sei se ela possui os mesmos sentimentos pela sua variante, mas a morte do Loki justamente enquanto ele tentava se declarar a ela foi o gatilho que precisava para ir as últimas consequências e finalmente arrancar a verdade de Ravonna. O verdadeiro vilão está prestes a ser revelado e a ansiedade para ter a certeza de que Kang, O Conquistador está por trás da instituição está ficando insuportável.

A cena pós-crédito foi de fato o ponto alto do capítulo, o Loki recém morto encontrando com as variantes mais bizarras que você poderia imaginar nos deixa completamente aturdidos. Ali temos o Loki clássico com a roupa mais fiel as HQs em tons vivos de verde e amarelo; Loki criança com um Loki (brasileiro que tomou vacina) em suas mãos; e o único que eu não conhecia: um Loki negro portando um martelo improvisado lembrando o Mjölnir em si.

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