Movies & SériesLoki – Temporada 1: Deusa da Mentira traz revelações e rouba o episódio para si

Loki – Temporada 1: Deusa da Mentira traz revelações e rouba o episódio para si

Por: Gustavo Tavares

Revelação de personagem misterioso deixa fãs intrigados e ansiosos por explicações nos próximos episódios da série, a seguir você poderá conferir nossa review com spoilers do terceiro episódio de Loki.

Um dos principais vilões dos Vingadores que se tornou um anti-herói no terceiro filme do deus do trovão e teve seu fim trágico em Vingadores: Guerra Infinita ganhou uma série solo no Disney+. A seguir você poderá conferir nossa review com spoilers do terceiro episódio de Loki.

Atenção: o conteúdo abaixo contém spoilers!

Após o final fantástico do episódio anterior temos finalmente algumas respostas para as milhares de perguntas que este seriado tem jogado constantemente na nossa cara. O problema é que quem entrega essas respostas é uma variante de Loki, sendo assim não tem como confiarmos completamente em tudo o que ela diz, afinal de contas ela também é a Deusa da Mentira.

É incrível como essa série consegue nos prender a cada segundo de tela, e eu tenho uma teoria de como ela faz isso. Basicamente ela joga toda e qualquer teoria feita antes pelos fãs pela janela, exatamente como o guarda fez com o Loki embriagado. Todos já estavam teorizando para qual lugar no espaço tempo que a Lady Loki havia ido ao entrar naquele portal, todas as possibilidades foram especuladas, desde Nova Iorque destruída pelos Chitauris, até uma nova Asgard onde a Loki seria a rainha e estaria casada com a Lady Sif (as fanfics sempre são divertidas ou bizarras quando você as encontra nos fóruns pela web). Espero que quem criou essa teoria da Loki rainha esteja feliz com a revelação de que ambas as variantes são bissexuais, uma das muitas revelações deste capítulo.

Mas vamos começar pelo início: temos uma cena curta de introdução que nos mostra como a variante conseguiu interrogar a soldado que havia feito refém. Uma cena que parece aleatória, mas é muito significativa para futuras revelações. A Lady Loki que descobrimos neste capítulo prefere o nome de Sylvie, apenas como um pseudônimo, e não necessariamente por ser a Encantor das HQs até onde nós sabemos. Ela não viajou para alguma realidade das ramificações que criou no fim do segundo episódio, ela simplesmente foi para o lugar mais óbvio e simplório que podíamos imaginar, ela retorna para AVT para finalmente cumprir seu plano de destruir a organização por dentro. A cena de ação a seguir é incrivelmente bem coreografada, ela consegue exterminar os agentes da AVT usando uma série de golpes marciais que não vemos o Loki convencional utilizar em nenhum dos filmes até então.

Após este início, Loki a segue e temos mais uma vez o confronto entre eles, e continua sendo fantástico a interação de ambos e suas convicções. Da mesma forma que Loki tem certeza em sua vontade de tomar o poder da AVT dos Guardiões do Tempo, a sua contraparte possui a certeza da necessidade de eles serem destruídos. Após mais um roubo de carteiras, Loki os leva para um apocalipse absurdo em Lamentis – 1 no ano de 2077, onde esta lua habitada será devastada por um planeta gigantesco que está em colapso.

Grande parte do capítulo é focado em demonstrar como essas duas variantes são extremamente parecidas no âmago, mas com realidades completamente diferentes. Algo que eu abordei no review anterior era sobre essa habilidade de entrar na mente de suas vítimas e utilizar seus corpos como marionetes. Eu afirmei que já tínhamos visto o personagem de Tom Hiddleston fazer algo parecida com Eric Selvig na cena pós credito de Thor, mas este capítulo demonstra claramente que esta não foi uma habilidade que Loki possui, este novo poder é exclusivo de Sylvie que deixa Loki perplexo em não saber utilizar tal artifício em benefício dele próprio.

Descobrimos também que apesar dessa habilidade ser muito vantajosa, seres com a mente muito forte não são tão facilmente manipulados. Enfim, toda a motivação presente nesse episódio é que eles precisam arranjar uma rede de energia poderosa o suficiente para recarregar o temp-pad - aparelho que permite abrir os portais na linha do tempo sagrada - que deixa uma pergunta curiosa: como ela conseguiu colocar as mãos em um objeto tão importante? Toda a interação deles é gratificante por um motivo apenas: a nossa faminta curiosidade implora por informações! Aos poucos a variante nos conta coisas sobre ela, enquanto descobre outras que já sabíamos sobre o passado do protagonista.

Como é incrível ver essa atriz em ação. Ela consegue fazer o que eu não imaginava ser possível: ser tão carismática quanto Tom, fazendo tecnicamente o mesmo personagem. Ou seja, eles conseguem nos passar a ideia de que independente da realidade vamos nos apegar ao personagem, e até torcer por ele. Em diversos conflitos entre eles eu não sabia para qual deles eu estava de fato torcendo para vencer, se a Sylvie destruir a ATV no final da série eu estou contente, se o Loki conseguir dominar a empresa, também me deixaria feliz, mas tudo indica que nenhum dos dois vai conseguir atingir seus objetivos.

Um padrão se repete em todos os episódios, começa com cenas cômicas ótimas, e vai ficando melancólico conforme vai se aproximando do final. A cena do bar onde as variantes de fato conversam é marcante em vários sentidos. Realmente conseguimos sentir a dor do luto do Loki, enquanto claramente Sylvie nunca passou por isso e anseia pelo amor maternal que não teve.

Dois fatos interessantes que acontecem nesta cena e exemplificam o que eu já abordei antes: o primeiro é que a conversa começa divertida ao ponto de revelar a bissexualidade de ambos os personagens, até a melancolia da dor do luto. A segunda é descartar a superioridade de Sylvie em relação ao Loki em todos os sentidos, algo que aparentava ser factual. Aparentemente ela não é nem de longe tão boa em magia como sua contraparte, justamente por não ter tido os ensinamentos com sua mãe Frigga. Durante o capítulo ela demonstra grande ressentimento sobre isso.

Depois temos um Loki bêbado para trazer de volta o divertimento e nos tirar da fossa que estávamos, e finalmente o ápice do capitulo após ambos serem expulsos do trem. O temp-pad se quebra e novamente somos jogados a tristeza de ambos ao saber que vão morrer. Claro que Loki levanta a autoestima da variante e partem em busca de salvar um foguete para que possam escapar. Temos então a revelação mais importante do capítulo. Todos os agentes da AVT são variantes temporais e provavelmente nenhum deles foi realmente criado pelos Guardiões.

Tenho sido cético a tudo o que tem sido dito até o momento, pois Loki sempre será o Deus da Trapaça independente de suas variantes, mas isso é confirmado graças à cena inicial do episódio. No fim, temos ambos correndo tentando salvar o que não pode ser salvo. A cena é genial, pois ambos os atores se movem e reagem da mesma forma durante essa tentativa de chegar ao foguete. Foi tudo tão bem pensado e nos mínimos detalhes que você é convencido imediatamente que está vendo duas variantes de um mesmo personagem. Eles são iguais e a cena final prova isso, e novamente caímos na melancolia quando o foguete é destruído e teoricamente nossos personagens estão condenados.

O que mais gostei no fim deste capítulo é que a série se chama Loki, mas não necessariamente o nome é referente ao personagem do Tom. Quanto mais se passa os capítulos, mais interessante fica a personagem interpretada por Sophia Di Martino, sendo que provavelmente ela roube a série para si ao final dos seis episódios, afinal de contas, ela também leva o nome do programa apesar de não gostar de ser chamada assim.

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