Marvel – She-Hulk – Temporada 1: Preocupação com a qualidade gráfica de Mulher Hulk é realmente just

Jennifer Waters é uma advogada competente que infelizmente sofreu um horrível atentado que teria finalizado sua carreira promissora, a única pessoa que podia salvar a vida da jovem era seu primo Bruce, pois era o único com o sangue compatível para uma transfusão de sangue bem-sucedida. Claro que isso traz uma consequência direta, visto que o sangue que salvou Jennifer estava contaminado com raios gama, os mesmo que transformam o Bruce Banner no homem mais forte do mundo. Uma origem simples que aparentemente será emulada no live action da mais nova heroína do MCU.

Desde que foi anunciada a série os fãs vivem eternamente ansiosos com o projeto, infelizmente não pelos motivos corretos. Apesar de ser uma personagem complexa com dilemas interessantes, a maioria do público sempre traz à tona a expectativa de ver Matthew Murdock dando as caras no seriado, baseado apenas claro na compatibilidade de profissões dos heróis, pois ambos trabalham como advogados em suas histórias solo. Por mais que até faça sentido a aparição do Demolidor, eu tendo a deixar essa expectativa na geladeira para não atrapalhar minha experiência, visto que após Doutor Estranho no multiverso da loucura passamos a entender a frustração do “hype descontrolado”.

A Mulher Hulk é uma personagem bem antiga nas HQs da Marvel, tendo sua primeira aparição em 1980 em sua própria revista, sendo uma criação direta de Stan Lee com ilustrações de John Buscema, ou seja, uma personagem correspondente a grandiosidade destes gigantes quadrinistas. Acredito que a introdução da heroína está vindo em um momento perfeito e provavelmente com a interprete perfeita. Tatiana Maslany é uma grande atriz, conhecida inclusive como a interprete de múltiplas faces, após sua incrível composição no seriado Orphan Black da Netflix. Na série a atriz compõe a metade do elenco principal, – quem já assistiu sabe exatamente do que eu estou falando – conseguindo criar diferentes personalidades para suas diversas “protagonistas”. A Tatiana faz algo tão incrível que em poucas temporadas com poucos episódios conseguimos ter essa experiência, por causa disso eu sei exatamente o potencial da atriz e como ela pode compor “duas personalidades” nesse novo programa. Claro que uma das maiores vantagens da Jennifer é conseguir um equilíbrio entre sua antiga vida e a nova vida como uma heroína superpoderosa, no entanto é claro que existem diferenças, mesmo que singelas, nas características e temperamento da personagem.

É uma observação que eu sempre faço sobre obras bem-feitas, quando nos ligamos muito em um filme ou série chegamos ao ponto de conhecer intimamente os personagens que a compõe, desse modo quase sabemos exatamente as reações de cada um deles nas diversas situações. Sua personalidade fica tão marcada que acaba sendo fácil entender como ela agiria em determinadas situações. A Jenn é justamente uma dessas personagens, ela possui diversas camadas que foram trabalhadas por anos e deverão ser exploradas dentro do seriado. Apesar de ser uma poderosa heroína, Jennifer se destaca muito mais no seu lado profissional, visto que em diversas fases das HQs ela atua como advogada de super seres. O primeiro trailer deixa bem claro que a heroína vai se dedicar a sua profissão, pois ela nega o chamado para atuar como heroína, claro que essa neutralidade não vai durar, visto que precisamos ver a Mulher Hulk esmagar alguns vilões, mas é interessante constatar que o estúdio quer diferenciar suas obras dentro do streaming, trazendo principalmente novas formas de contar suas histórias.

Outro detalhe que se sobressai no trailer é a vida amorosa da Mulher Hulk, algo que está bastante fiel com o material fonte. A heroína é adepta do relacionamento aberto por assim dizer, nas HQs há diversos debates de como ela gosta de sexo casual e não é o tipo que cria laços com seus parceiros. Claro que ela também se envolve com personagens de forma mais duradoura, apesar de ter tido vários super-heróis como namorados, foi com um “cara normal” que Jennifer ficou noiva, nesse caso um amigo próximo de Johnny Storm o Tocha Humana do Quarteto Fantástico. Acredito que a Marvel deixará esse lado da personagem bem evidente no live action, porém acredito que ele será tratado com a mais absoluta naturalidade, pois não vejo como esse assunto seria problematizado em uma série como está, já que o programa é descrito como uma “comédia sobre advogados”.

O seriado também promete diversificar muito sua trama, trazendo elementos a muito tempo esquecidos como Emil Blonsky, o Abominável. Ainda não dá para saber se ele será o grande vilão, no entanto sua aparição é algo promissor e pode trazer a possibilidade de vermos um personagem que foi apenas sugerido no filme do Golias Esmeralda. Em “O Incrível Hulk” fica claro a criação de um dos mais perigosos vilões do herói, em uma cena rápida Emil Blonsky ataca um cientista, este por sua vez é Samuel Sterns que possui a alcunha de “Líder”. Um vilão de raios gamas que se tornou singular, visto que ele não ganhou músculos na sua transformação, mas sim se tornou uma das mentes mais inteligentes do universo. Em algumas HQs sua inteligência é colocada como “tão grande quanto a força máxima do Hulk”. Um vilão a altura de dois Hulks com certeza. Também temos a possibilidade da inclusão da Gangue da Demolição, um grupo de vilões que também foram transformados por raios gamas, inclusive esses vilões gamas são muito mais comuns nas HQs, sendo que já foi criada uma prisão exclusiva só para esse tipo de super ser. E por fim claro a vilã mais clássica da heroína, Titânia surgiu em uma famosa saga das HQs intitulada “Guerras Secretas”, lá a jovem ganha seus poderes pelas mãos do próprio Dr. Destino, onde o vilão utiliza uma máquina para dar força e resistência para a moça lutar nas guerras secretas ao seu lado. A única constatação sobre a vilã é que a breguice foi abraçada com sucesso. Seu traje é completamente caricato e espalhafatoso lembrando muito as fases clássicas das HQs.

Agora precisamos falar sobre conceitos técnicos do seriado e sim os efeitos de CGI da protagonista estão horríveis. Eu não sou o tipo de pessoa que defino qualidade de um filme através dos seus efeitos especiais, claro que a qualidade visual é um atrativo, entretanto não pode ser a única coisa analisada em uma obra áudio visual. Acredito que os efeitos devem melhorar muito até o final da pós-produção da série, claramente o CGI ainda não está polido e com texturas bem definidas para passar credibilidade, no entanto a Disney escolheu fazer o lançamento mesmo assim, a pergunta é: Por que o estúdio faria algo assim? Acredito ter sido uma ideia genial de marketing, pois sabiam que a falta de qualidade traria um merchandising gratuito que só a internet pode proporcionar. Uma heroína bem desconhecida do público geral ficou nos trends por quase quarenta e oito horas, sendo divulgadas fora das bolhas que normalmente consomem esse produto. Com certeza ainda vai haver novos teaser e trailers que irão nos apresentar o visual finalizado da Tatiana Maslany como Mulher Hulk. Confio bastante que o programa será minimamente divertido, possuindo uma pegada mais cômica e ampliando ainda mais os conceitos de radiação gama atrelados aos personagens. Será mais uma obra original que busca a criação de novos alicerces, trazendo novas peças para o tabuleiro, permitindo que a Marvel possa estruturar a sua próxima grande saga. Estou bem animado para ver o que os realizadores estão preparando, pois ao contrário de Moon Knight, Mulher Hulk terá ligações explicitas com o futuro do MCU, que na minha concepção está mais acertando do que errando.