TITANS – Temporada 3: Estrela Negra brilha apesar do péssimo episódio

Sinceramente não faço ideia para onde o seriado quer nos levar, passamos da metade da temporada e tudo tem sido uma incógnita. Personagens importantes ainda não apareceram nesse terceiro ano, me preocupo com redenções apressadas para importantes personagens desta terceira temporada. A promessa de um novo Robin tem demorado a ser desenvolvida e até então a maior surpresa da nova temporada é a anti-heroína que a Estrela Negra tem se tornado.

O vilão principal ainda não conseguiu fazer jus a sua contraparte das HQs, apesar do ator está tentando entregar um trabalho diferenciado, o Espantalho tem decepcionado bastante conforme os capítulos vão passando. A impressão que fica é que eles queriam muito utilizar o Charada ou Coringa nesta terceira temporada, porém foram barrados criativamente, pois, o novo filme “The Batman” terá como principal antagonista o Edward Nigma. Digo isso porque tivemos uma excelente adaptação do vilão nos jogos da série Arkham e até o momento todas as escolhas criativas para a série foram completamente opostas.

O capítulo começa no exato momento em que o anterior acabou, o caos nas ruas de Gotham está instaurado após o Jason Todd fornecer o soro anti-medo entre os criminosos não violentos da cidade. Várias pessoas sofreram com ataques pela madrugada e rapidamente a comissária de polícia foi informada. Não é difícil antecipar que ela não demoraria a informar o Dick sobre seus infortúnios e agora eles precisam correr contra o tempo antes do Espantalho atacar em massa. Infelizmente eles não sabem que tudo não se passou de uma birra do Jason que estava se sentindo dispensável, caso soubessem poderiam se organizar primeiro para não cometer erros primários na busca do vilão.

O Crane não está nada satisfeito com a insubordinação do Capuz, por isso utiliza do vício do rapaz para colocar algum tipo de tranquilizante no inalador, sabendo que o Jason não resistiria em utilizar o produto. Antes de apagar, o garoto avisa que os mafiosos de Gotham não gostaram das suas ações, que pediram uma reunião com o Capuz para definir os rumos da parceria. Este início é interessante para abordar a falta honra que existe entres os criminosos da cidade, seria muita inocência acreditar que o Espantalho aceitaria numa boa a insurreição do seu principal capanga e mesmo assim o egocentrismo do rapaz nublou as suas decisões.

Crane se encontra com os mafiosos para tranquiliza-los acerca de seus planos, muitos se mostram amedrontados de estar na presença do psicopata. Eles partem do pressuposto de que o vilão quer a destruição de toda a cidade, que já vai desconversando dizendo que tudo o que ele quer é libertar a cidade com seu gás, a desculpa dada pelo vilão é que as pessoas ficariam mais fáceis de serem controladas. Eles aceitam continuar os trabalhos com o vilão, não que eles tivessem outra escolha no final das contas. Enquanto isso a equipe dos Titãs se separam novamente para trabalhar em várias frentes a procura dos vilões, a Estelar junto da irmã seguem em direção a uma das chefes da máfia para juntarem informações sobre o paradeiro do Espantalho, o Dick se encontra com a Bárbara Gordon para utilizarem um computador de alto desempenho chamado Oráculo para encontrar o Espantalho e por fim o Mutano resolve investigar o quarto do Jason na mansão em buscas de pistas. Com certeza essa foi a parte que mais tem chamado a atenção dos fãs, porque os heróis não conseguem se manter unidos para trabalhar em conjunto, mesmo eles possuindo o mesmo objetivo.

A mafiosa coloca uma condição para ajudar a Korey com informações privilegiadas, ela precisa encontrar o filho dela que a abandonou devido a sua vida criminosa, se ela puder trazer o filho para que eles possam se acertar ela vai contar tudo sobre os planos do Espantalhos. Apesar de contrariada ela parte em busca do rapaz, que a princípio se nega a ajuda-la, mas acaba cedendo ao pedido da heroína. Após levar o filho da Valeska de volta acontece uma reviravolta no episódio, a criminosa atira bem na cara do filho dizendo que ele estava trabalhando com o FBI e por isso ele precisava morrer por ter se tornado um risco. Toda essa pequena aventura termina com a Estelar matando a vilã colocando fogo em seu corpo. Tudo isso acontece para que a Estrela negra pudesse encontrar um paralelo entre as duas, explicando depois o porquê ela teve que matar seus pais. As interações entre as duas são um dos pontos alto do episódio, estou adorando a forma como Estrela Negra está sendo desenvolvida para se tornar uma anti-heroína.

O Asa Noturna consegue informações graças ao Oráculo, um computador que não tem o mínimo respeito pela privacidade alheia. A Ex-Batgirl não estava nem um pouco animada em ter que utilizar o computador, mas o momento pedia medidas desesperadas. Eles são enviados para um endereço fora da cidade, chegando ao local havia uma van coberta de chumbo para impedir que o Superboy utilizasse sua visão de raio x. Claro que tudo se passava de uma armadilha, havia um homem ligado a mesma bomba que matou o hank, entretanto dessa vez a bomba foi alterada impedindo que o Connor conseguisse desativa-la. Até mesmo o Oráculo havia sido comprometido pelo vilão, creio que a foto do rosto da Bárbara foi utilizada justamente para conseguir o acesso ao supercomputador.

De acordo com os próprios personagens, o Batman precisou dessa ferramenta para derrotar o Jonathan Crane da primeira vez, algo que não me agradou nem um pouco, pois tira o mérito das habilidades do cavaleiro das Trevas. A Bárbara decide destruir o Oráculo o que desperta a fúria do Asa Noturna, eles então seguem para a pista sobre a identidade da vítima, mais precisamente sobre sua profissão. Com as informações obtidas pela Estelar — que precisou interrogar um dos capangas da Valeska após matá-la precocemente — junto das informações conseguidas pelo Asa Noturna na subestação de energia, eles conseguem triangular a localização exata do Espantalho. Se o roteiro parece preguiçoso é por que é, com exceção de alguns excelentes diálogos, o cerne da trama desse episódio é cheia de furos como uma peneira. Fico triste que eles precisem utilizar de conveniências absurdas para conseguir levar alguns personagens do ponto A ao B, a utilização desses recursos acontece justamente por terem enfraquecido tanto os heróis para termos a sensação de alta periculosidade do vilão principal.

A equipe se une para invadir o antigo covil do Mr Freeze para derrotar de uma vez por todas o Espantalho. Antes de saírem para a batalha a Estelar decide dar um voto de confiança para a Estrela Negra, entregando a ela braceletes de alta tecnologia Tamariana para que ela possa acompanha-los na missão. O uniforme dela é incrível para dizer o mínimo, na verdade este tem sido um mérito do seriado desde a primeira temporada. Apesar da batalha do sétimo episódio ser divertida de assistir, não é muito diferente das outras que já vimos até então. As coreografias continuam boas, mas o roteiro sempre joga o seriado para baixo. O Asa noturna sabe o local onde o Crane está e se preocupa em bater em capangas? Na verdade, tem algo pior, o Superboy está no local junto da equipe e não usa a sua super velocidade para dominar o Espantalho? Era só ele passar pelos capangas correndo com uma algema e prender o vilão, qual a dificuldade de focar em pegar o chefe de todos eles primeiro?

Enfim o capítulo termina com eles curtindo na mansão Wayne como se tivessem tido uma grande vitória, a Barbara e o Dick engatam novamente uma relação amorosa, o que me faz acreditar que cedo ou tarde a ex-heroína vai acabar morrendo como em um certo jogo aí. Por fim o Mutano decide procurar a Molly, a amiga do Jason, que havia escrito uma carta oferecendo ajuda para o rapaz. Já esperávamos que ela seria um ponto importante para uma redenção do Capuz, não sei ao certo como fariam isso já que ele matou a sangue frio o Rapina, porém a coerência não é exatamente um forte nessa temporada. Faltando apenas seis capítulos para o fim, eu estou começando a creditar que não veremos retorno da Ravena, que está fazendo muita falta nessa temporada.