Movies & SériesREVIEW: Invencível – Primeira Temporada

REVIEW: Invencível – Primeira Temporada

Por: Gustavo Tavares

Invencível é uma série de HQs já finalizada de Robert Kirkman, Cory Walker e Ryan Otley, confira nossa review sem spoilers da primeira temporada.

Com o fim da primeira temporada e a confirmação antecipada da segunda e terceira, Invincible já se tornou um marco da cultura nerd provando que o subgênero de super-heróis está longe de ficar saturado.

A trama gira em torno de Mark Grayson, um adolescente comum que tem como pai o super herói mais poderoso do mundo, quando finalmente ele desperta os próprios poderes e terá a sua frente uma jornada de auto descobrimento e crescimento pessoal.

Por não conhecer o material original é fato de que meu hype para a série do Prime Video estava bem controlada. Ao assistir as prévias conseguia ter uma noção geral sobre a temática e como seria um programa para maiores de 18 anos pela violência gráfica e muitos palavrões, entretanto as minhas expectativas foram superadas gradativamente.

Apesar do começo lento com um primeiro episódio mais arrastado, mas longe de ser ruim, o seriado continua crescendo rápido nossas expectativas justamente por causa do final trágico do primeiro capítulo. Existem claro, alguns deslizes no caminho, ele se arrasta um pouco mais do que deveria em alguns momentos para preencher os 40 minutos de cada episódio - decisão muito arriscada por parte dos desenvolvedores por quebrar o padrão de tempo para animações do gênero - contudo não é algo que estraga a experiência de forma alguma.

Outro fator a ser considerado para melhorias no futuro é a animação em si, as cenas de ação são praticamente perfeitas, mas não podemos dizer o mesmo das cenas mais estáticas onde o foco importante são as interações dos personagens, em alguns momentos a fluidez cai bastante ao ponto de ficar perceptível o que incomoda os mais atentos a essas questões mais técnicas.

O ponto alto de qualquer história são seus personagens sempre. Aqui temos personagens muito carismáticos que compõem perfeitamente a narrativa, e quando o personagem menos carismático é o protagonista podemos constatar que os desenvolvedores foram certeiros em suas decisões criativas. Claro que o Invincible é bem desenvolvido e gostamos de ver como aos poucos ele vai ganhando mais experiência como um super-herói, entretanto há personagens tão carismáticos sendo aos poucos apresentados que nos fazem querer ver mais sobre eles do que os dramas de adolescente do Mark. Nesse cenário temos a Eve Wilkins, conhecida como Eve Atômica que eu veria um spin-off solo tranquilamente. Ela é extremamente poderosa, muito carismática e compartilha os mesmos ideais do protagonista sendo de fato muito altruísta. O detetive demoníaco Dark Blood também é incrível apesar de vermos tão pouco sobre ele. Os vilões do seriado também são muito bons, fogem de alguns clichês do gênero e alguns são absurdamente assustadores. Mas claro, o principal antagonista da temporada é de longe o mais interessante, existem tantos paralelos dele com líderes populistas e autoritários pelo mundo que renderia um artigo separado para abordar as várias faces do vilão.

Algo a se destacar nesse projeto é o grande trabalho de dublagem, eu ainda não assisti a dublagem brasileira para saber se o nível do trabalho manteve a qualidade do original, mas acredito que nada poderia superar o trabalho incrível dos intérpretes americanos que deram vida e personalidade para seus personagens, com destaque para Zazie Beetz que dá voz a Amber Bennett, que se tornou uma das minhas personagens favoritas por não ser uma super-heroína, mas possuir todas as qualidades de uma. O J.K. Simmons com a voz do Omni-Man consegue passar para nós a seriedade que o mais poderoso herói do mundo deveria demonstrar com sua voz grave e marcante. O Mark Hamill que já é expert em dublagem sendo a voz oficial do Coringa aparece pouco, mas consegue dar a devida importância para seu personagem. E por fim a Sandra Oh que deu vida a Debbie Grayson, a mãe do Mark, que se torna uma grande bússola moral para o filho sendo de absoluta importância para o decorrer da trama.

A primeira temporada é divertida, emocionante, muito bem amarrada deixando pontas soltas apenas como cliffhangers para temporadas futuras. Acredito que após se tornar este sucesso de crítica e consolidar sua base de fãs, o Prime Video invista um pouco mais no projeto para correção dos poucos erros que tiveram para que Invincible se torne um programa memorável!

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