CRÍTICA: Falcão e o Soldado Invernal - O Mundo Está Vendo

Se havia alguém achando essa série ruim ou fraca com certeza mudará de opinião após esse quarto episódio. Ele consegue superar o anterior em todos os aspectos. A qualidade está impecável, as cenas de ação estão incríveis e o final é para nos deixar chocados. Depois do que ocorreu eu estou morrendo de ansiedade para saber os acontecimentos dos dois últimos episódios.

Este capítulo foi o mais importante até então, pois é focado na Karli e o grupo dos Apátridas. Com isso conhecemos melhor suas motivações, podendo compreender tudo o que eles passaram após o estalo de Thanos, e o mais importante: como tudo ficou pior para eles quando todos voltaram do blip.

Descobrimos como o mundo estava realmente sem fronteiras, os povos estavam se misturando para reconstruir as cidades, superando o horror que foi ver seus entes queridos virarem pó. Entender o lado da Karli não fica tão difícil assim, quando os povos foram dizimados, eles serviram como a força de reconstrução, mas no minuto seguinte da volta do restante do mundo essas pessoas foram rejeitadas e jogadas na sarjeta, a constatação é óbvia, a vida de algumas pessoas realmente melhorou depois do estalo, mostrando a realidade da desigualdade social no mundo. É de suma importância dar foco neste tema para crescer a trama de uma forma mais pessoal, para mim tudo é referência das barbáries que vemos nos últimos anos em países como a Síria.

Toda a conversa do Sam com a Karli me deixa completamente arrepiado, que diálogo rico foi aquele, toda a cena na verdade, mas primeiro vamos contextualizar.

Depois da conversa com a Ayo, Bucky, Sam e Zemo vão atrás de informações sobre a morte da madame Donya. Quem consegue descobrir onde será o memorial é justamente o Zemo, com um pequeno suborno de doces para uma criança. Quando estavam se dirigindo para o local, John Walker e Lemar os encontram e resolvem ir junto como apoio.

Ao chegar no local a cena do memorial é tocante, apenas o Sam vai se encontrar com a líder dos Apátridas depois de um breve acordo com o falso Capitão América. O discurso da Karli é de fato muito impactante e quando Sam começa a argumentar com ela, podemos ver que a jovem é uma boa pessoa que está fazendo más escolhas, porém infelizmente nada disso deu resultado, pois John se precipita dando voz de prisão para a garota. Em sua fuga a moça acaba encontrando o Zemo pelo caminho que a ataca e depois destrói quase todos os frascos, sendo impedido pelo capitão logo depois.

Após isso há uma cena maravilhosa das Dora Milaje dando uma surra no falso capitão. Já não estava mais aguentando ver esse cara fingindo ser um símbolo como Steve foi. Por pura vaidade ele estraga todas as chances de resolver o problema dos Apátridas com diplomacia. Depois de ter seu ego ferido ao ser derrotado pela Ayo, ele decide usar o último frasco de soro e se tornar um super soldado em vão, já que mesmo assim ele não conseguiu impedir o Lemar de ser brutalmente ferido na luta final.

A Karli tinha um plano de matar o novo Capitão América para mandar o recado certo para os poderosos nos EUA, para isso ela ameaça a irmã do Sam, mas tudo sai errado e quem morre é o Lemar. Com ódio e sedento de vingança, o capitão mata um dos parceiros da Karli com o escudo em uma cena graficamente violenta.

Para fins de comparação lembrem-se de Steve Rogers segurando o escudo de forma ameaçadora no fim de Guerra Civil, ele sendo um herói finaliza o golpe no reator Arc. Nesse caso, Walker não se segura e desfere vários golpes manchando de sangue o maior símbolo de liberdade da Marvel. Creio que haja mais sangue nessa cena do que em todos os filmes dos Vingadores juntos.

Se eu tinha alguma dúvida do antagonista desse programa, ela não existe mais. Falcão e o Soldado Invernal terão que derrubar esse cara o quanto antes para prevenir a contagem de corpos.