CRÍTICA: Falcão e o Soldado Invernal - Mercador do Poder.

Este foi o melhor episódio da temporada até o momento, e graças a um personagem que foi com certeza uma grata surpresa. Zemo é o personagem que teve as melhores cenas nesse terceiro capítulo, há potencial para que ele tenha mais momentos memoráveis até o final da temporada e quem sabe se tornar um anti-herói fundador dos Thunderbolts no MCU.

O episódio começa com Sam e Buck procurando pistas sobre esse novo soro do super soldado que caiu nas mãos dos Apátridas, para isso procuraram o maior especialista sobre a Hydra que estava preso desde o final de Guerra Civil. Todo o diálogo deles na cela culminando na sequência da fuga da prisão são um primor, pois vemos como Zemo é um estrategista nato, suas deduções estão sempre corretas, ele também é um excelente manipulador e precisou apenas de uma pequena ajuda do Lobo Branco para conseguir escapar da prisão. Depois disso ele acaba por roubar o resto do episódio para si. Quando o Falcão constata que ele é rico e tem como resposta: "Eu sou um Barão, Sam" me fez rir e aplaudir. Essas séries compartilhadas estão servindo para os personagens assumirem suas alcunhas das HQs.

Outro destaque deste episódio é a composição de Madripoor, a cidade que é tão significativa para o mundo dos mutantes foi completamente bem estruturada, meu único pesar foi não possuir mais cenas das cidades alta e baixa, este lugar que está repleto dos piores bandidos tem sua vida própria, tanto a estética quanto as histórias que essa cidade tem pra contar faz com que eu tenha vontade que ela tenha uma série própria no Disney Plus. Toda a sequência em Madripoor é fantástica, o Sam tomando aquele drink nojento é hilário, a cena de luta no bar Princesa é muito bem dirigidas, o Soldado Invernal mostrando que suas habilidades estão apenas adormecidas. Cada vez mais temos esse personagem "Mercador do poder" tomando forma, ele financiou o cientista para recriar a fórmula, que acabou sendo roubada pela líder dos Apátridas, a mera menção a esse vilão nos deixa com uma sensação de perigo e curiosidade, estou muito ansioso para ver a revelação deste antagonista.

Outro fator que nos ajuda com a suspensão de crença durante esse programa é o universo coeso que ele está inserido, pois não precisa de muito tempo para entendermos como a Sharon está justamente onde os heróis precisam que ela esteja. Zemo curtindo a balada na cidade alta com aquela dancinha é ótima. Em relação a sequência final no meio dos contêineres é de tirar o fôlego. A cena acontece depois de Sam prometer um perdão para Sharon voltar para casa, ela resolve ajudar a localizar o cientista e quando o encontram, começam o interrogatório. A descoberta sobre o sangue retirado do Isaiah ter sido utilizado para desenvolver o novo soro aprimorado é previsível, mas não incomoda.

Indícios que reforçam minhas teorias sobre a vilania do novo Capitão América junto do próprio estado americano é justamente essas atitudes completamente imorais, como usar um herói americano negro como cobaia para fins militares, e no caso do John Walker suas atitudes não condizem em nada com o manto que ele está usando, não me surpreenderia se ele fosse o tal Mercador do poder completamente obcecado pelo soro.

O núcleo dos Apátridas teve um pouco menos de destaque durante esse episódio, vimos que a Karli tem motivos sólidos para manter esse grupo paramilitar em ação. Apesar de continuarem em um caminho de violência gratuita temos novamente assaltos com função social, roubando suprimentos para distribuição aos necessitados. Acho que no próximo episódio teremos respostas sobre essa organização.

O final é grandioso, o Zemo com o traje completo explode um duto de gás, que possibilita a fuga em um conversível enquanto a Sharon claramente tem contatos a quem deve satisfação. A aparição da Ayo, uma Dora Milaje, foi muito surpreendente, espero que ela tenha destaque junto dos heróis, principalmente nessa relação com o Buck, tudo isso terá um apelo dramático interessante para o restante da minissérie.