Venom 2: Tempo de Carnificina transformará vilão em um Coringa da Marvel

A Sony que havia há alguns anos sendo obrigada a manter acordos com a Disney para entregar filmes minimamente aceitáveis do Homem Aranha, apostou tudo em um filme de um vilão considerado por muitos como ruim/genérico. Ela obteve seus esforços reconhecidos pelo menos na bilheteria que surpreendentemente arrecadou mais de 1 bilhão de dólares mundialmente.

A primeira vez que tive contato com Venom foi na animação dos anos 90 do Homem Aranha, inclusive excelente animação que todos deveriam apreciar. Quando conhecemos o personagem naquela versão temos a primeira mudança no cânone do personagem, aqui ele é um simbionte alienígena encontrado pelo astronauta filho do jornalista que mais implica com o herói aracnídeo.

Eu que sempre adorei o vilão fiquei chocado ao constatar que todas as pessoas influentes de canais famosos do YouTube simplesmente acreditavam que Venom era um péssimo personagem, e não entendiam como ele possuía tantos fãs. Fato é que a galeria de vilões do Homem Aranha nunca foi tão aclamada como devia, concordo que se fôssemos ler as HQs originais de Steve Ditcko e Stan Lee vamos nos deparar com algo bem datado que pode até ser cômico, mas podemos dizer o mesmo dos primórdios de Batman e Superman que hoje possuem vilões aclamados como Coringa e Lex Luthor.

A prova de que os vilões do cabeça de teia são tão bons quanto está evidente para mim. Quando observamos o que a Marvel fez com o Abutre e Mysterio no MCU constatamos que até os personagens mais caricatos podem ter uma redefinição que os torna realmente ameaçadores e competentes antagonistas.

Com Venom na Sony não foi diferente, o filme dele não é um primor de roteiro, a fotografia deixa a desejar em alguns momentos, mas confesso que me diverti bastante nos cinemas. As piadas funcionam para mim e todo o conceito do simbionte tendo personalidade própria se contrapondo ao do próprio Eddie Brock foi surpreendente e satisfatório. Tudo o que precisam agora é aprimorar alguns conceitos que fracos no primeiro longa, bem como descartar algumas péssimas ideias que não funcionaram de forma alguma.

Uma das coisas que mais incomodaram o fandom do personagem foi o fato da violência gráfica não estar de fato presente no filme. O personagem mata pessoas nas cenas de ação, mas você não vê uma gota de sangue para demonstrar essa violência. A Sony não teve coragem em apostar em um filme para maiores de idade por isso limparam visualmente toda a violência gore que um filme do Venom precisa. Outro fator que incomodou muito os críticos foram as cenas de ação muito escuras ou que usavam fumaças/neblinas para esconder algumas falhas de CGI. O roteiro poderia também ser um pouco mais lapidado pois há necessidade de muita suspensão de descrença para acreditar em algumas conveniências durante todo o filme.

O novo filme pretende transformar o vilão do Homem Aranha definitivamente em um Anti-herói. Para isso Eddie Brock enfrentará alguém muito pior que o Venom. Cletus Kasady interpretado pelo grande Wood Harrelson irá se unir a um simbionte que o tornará no Carnificina, o vilão mais absurdamente violento de toda a galeria do Homem Aranha. Graças a escolha de adaptar tal personagem há uma necessidade maior ainda do filme possuir uma classificação indicativa para maiores ao contrário de seu antecessor.

Partindo desta premissa do psicopata assassino afirmo que se bem trabalhado, esse personagem pode se tornar tão icônico quanto o Joker de Joaquin Phoenix e Heath Ledger. Acredito nisso por reconhecer a genialidade de um ator como Wood Harrelson. No recente trailer que foi liberado já podemos constatar que o ator vai roubar o filme para ele e ter um coadjuvante de luxo como Tom Hardy para desenvolver toda a psicopatia de um assassino cruel.