Movies & SériesCRÍTICA: Mortal Kombat - Profecias Rasas Escritas Com Sangue

CRÍTICA: Mortal Kombat - Profecias Rasas Escritas Com Sangue

Por: Gustavo Tavares

Mortal Kombat é uma franquia de jogos que se popularizou por ser extremamente violento com seus Fatalitys. Pelo grande sucesso dos games, essa franquia ganhou dois filmes nos anos 90, um que era razoavelmente bom e outro que era um lixo inacreditável. Agora a franquia ganhou um reboot e vamos contar nossas críticas desse novo filme.

A nova adaptação dos jogos do Mortal Kombat finalmente teve sua estreia nos cinemas. Devo dizer que é competente em suas principais ambições, a mais importante delas é criar alicerces para a construção de uma franquia desses personagens agora em live action.

A mais recente aposta da Warner é muito bem resolvida em tudo que se propõe, fazendo uma homenagem perfeita aos games, usando todas as composições que fizeram esses jogos serem tão populares. Os fatalities estão perfeitos, a violência extrema adicionada a esses golpes brutais está muito bem sincronizada com as coreografias de luta igualmente bem realizadas durante todo o filme. Não me vem à mente nenhuma luta que tenha ficado chata, monótona ou falsa.

O que realmente falha um pouco para mim que sou amante de toda a franquia dos jogos são as liberdades criativas de adaptação. Algumas são até boas como todo o arco do Cole, acreditava que ele era o irmão perdido do Sub-Zero, mas errei por pouco, seus ancestrais são outros sendo tão importante quanto durante a trama. Gosto também do paralelo de sua esposa e filha com a trágica história contada no início do filme, outra coisa interessante foi esse desafio extra aos lutadores para ativar suas habilidades, com as marcas dos escolhidos sendo muito importante no decorrer do filme.

Infelizmente existem algumas adaptações equivocadas como a vilania ser centrada única e exclusivamente ao Shang Tsung com seus asseclas servindo apenas como capangas mesmo. Temos um personagem incrível que é o imperador Shao Khan que parece mal existir nesse universo, tudo indicou que o líder de OutWorld é o feiticeiro ladrão de almas.

Outro ponto que me incomodou bastante foi a composição dos times que iriam se enfrentar. Do reino da Terra não tivemos surpresas, quem achamos que iria ser um traidor foi, mas no núcleo vilanesco tivemos alguns adendos que me incomodaram, veja que no torneio aqueles que são humanos lutam pela terra com raras exceções como o Kano.

O Kabal sendo um humano deveria ser o escolhido para lutar no torneio junto dos outros lutadores, infelizmente por causa de seu visual incrível era mais fácil colocá-lo como antagonista, contudo o que mais me incomodou foi a falta de tons de cinza desse filme, principalmente em relação ao Sub-Zero que não era para ser apenas um psicopata assassino.

No lore dos jogos quem matou a família inteira do Hanzo foi o feiticeiro Quan Chi colocando a culpa no Bi-Han, aqui tudo indica que não teremos esse plot twist no futuro transformando o ninja gelado no verdadeiro antagonista da história.

Apesar de tudo, gostei de todos os personagens apresentados, principalmente do Kano que me fez rir o tempo inteiro. Sonya é incrível, forte, decidida e mesmo sem possuir a marca luta absurdamente bem, também achei a atriz carismática e muito segura fazendo um papel tão importante. Jax é quem carrega o maior fardo por motivos óbvios, perdeu seus braços na luta contra o Sub-Zero e agora precisa retirar as forças para superar esse trauma.

Kung Lao e Liu Kang são bons nas cenas de luta, entretanto ambos possuem falas clichês e não são tão bons atuando, não sei dizer exatamente, mas as falas que saiam da boca principalmente do Liu sempre soavam forçadas. O Cole é o grande problema do filme no fim das contas, ele foi colocado no posto de protagonista, mas não consegue exercer esse papel, gosto da importância que dão a família dele.

O arco que ele possui é coerente, sendo bem desenvolvido, mas tudo nele parece genérico, poderes, habilidades e cenas de luta. Não odiei a participação dele, apenas não foi algo marcante. Ele fez apenas o básico, sem comprometer os verdadeiros protagonistas. O Raiden é muito poderoso e completamente pessimista com as chances de vencerem o torneio, me lembrou um pouco o Christopher Lambert em alguns momentos, mas ainda ninguém conseguiu superá-lo.

O filme é divertido, entretêm bastante, entrega tudo o que queríamos e promete ter uma sequência ainda mais elaborada com Johnny Cage e Kitana aparecendo. As possibilidades agora de vermos finalmente o torneio sendo desenvolvido no segundo filme, e a possível aparição do Shao Khan numa invasão à terra no terceiro filme dá esperanças aos fãs da franquia de ter experiências marcantes com esses personagens em uma mídia diferente.

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