Movies & SériesCRÍTICA: Godzilla vs Kong: Um Show de Emoções e Caos

CRÍTICA: Godzilla vs Kong: Um Show de Emoções e Caos

Por: Gustavo Tavares

Após terem destaques em seus respectivos filmes solo, Godzilla e Kong se enfrentarão para decidir qual deles é o rei de direito desse universo compartilhado de monstros.

Esse filme estava cercado de expectativas negativas e positivas tanto do público em geral quanto dos realizadores, o estúdio investiu muito dinheiro para nos entregar o melhor produto possível, podendo finalmente ver seu próprio universo cinematográfico compartilhado ter seu sucesso reconhecido, e garantir a continuidade dessa franquia de monstros gigantes. Já os fãs queriam apenas um filme divertido que superasse os anteriores em qualidade visual e principalmente no roteiro.

Os filmes anteriores que compõe esse universo são filmes bons com problemas pontuais tão grandes quantos os titãs colossais que dão nome a obra. No primeiro Godzilla a demora da aparição do Kaiju e personagens desinteressantes empobrecem o filme, no segundo a fotografia é péssima e em diversos momentos não tem como se identificar na ação que é muito confusa em meio à escuridão e neblina. O melhor filme com certeza é Kong: Skull Island que não cometeu nenhum desses erros, a ação é fluida e os personagens conseguem serem carismáticos e importantes durante o decorrer do filme.

Com isso em mente, saibam que Godzilla vs Kong não é o melhor filme deste universo, mas é extremamente competente no que faz. Tem sido um sucesso financeiro e também de crítica da Warner. Ele poderia ser melhor caso um dos núcleos fosse mais bem desenvolvido e algumas conveniências do roteiro fossem mais naturais, que não parecessem tão forçadas.

A trama gira em torno do Godzilla ter se virado contra a humanidade 3 anos após a vitória dele contra o King Ghidorah. Depois de um ataque sem provocação a costa americana, a empresa Apex resolve procurar um meio de construir uma arma que seja poderosa contra o monstro gigante, porém a fonte de energia de que precisam habita em um local que apenas um Kaiju poderá encontrá-la.

Primeiro de tudo devo exaltar como esse filme é perfeito em efeitos visuais, fotografia, e direção, ninguém que o assista irá por algum minuto duvidar que os titãs não existam. Os detalhes tanto do Kong quanto do Godzilla são impecáveis, as cenas de ação igualmente espetaculares, lindas de se ver, e novamente o filme pecou apenas no fator humano da história.

Como temos dois protagonistas de filmes diferentes interagindo é correto supor que teríamos dois núcleos humanos de cada filme. Vemos então Millie Bobby Brown reprisando seu papel de Godzilla II: O Rei dos monstros, junto de um amigo de escola e um cara que acredita em todas as teorias conspiratórias que você possa imaginar, tentando provar que o Lagarto gigante não é o vilão da história. Do lado do Kong há uma doutora com sua filha adotiva que teve seus pais mortos pelas criaturas da ilha da caveira e um cientista contratado pela Apex para descobrir a fonte de energia necessária para matar o Godzilla.

Desses dois núcleos o único que me apeguei foi o do Kong, a interação da criança e a genuína preocupação do gorila com ela é um dos pontos fortes do filme. O mesmo já não se pode dizer do outro núcleo, tudo indica que a eterna Eleven está no piloto automático entregando a atuação mais simples que pode. Não entrega algo ruim, mas definitivamente nada de bom sai dos textos mecanicamente decorados e igualmente interpretados, se querem ver uma genuína atuação da atriz recomendo Enola Holmes da Netflix, ambos os parceiros dela nesse filme também são chatos, sem carisma e em alguns momentos são até constrangedores.

As tecnologias absurdamente avançadas do filme não me incomodaram nem um pouco, isso vai dá suspensão de crença de cada um, mas se você aceita que nessa história exista um gorila gigante duelando com um lagarto de mesma proporção não será um problema ver naves voadoras e trens magnéticos supersônicos.

Todo o ápice do filme é incrível, a luta final entre eles no Japão foi uma homenagem leal que serve como um easter egg nada sutil na trama. A surpresa nos momentos finais também foi muito interessante e deram sentido as motivações de todos os envolvidos. Se o núcleo da Millie houvesse mais desenvolvimento com atuações mais marcantes que nos fizessem genuinamente se importar com eles, teria sido o melhor filme do estúdio neste universo compartilhado.

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