Movies & SériesHarry Potter – Animais Fantásticos: Os segredos de Dumbledore – Nova franquia está fadada ao fracass

Harry Potter – Animais Fantásticos: Os segredos de Dumbledore – Nova franquia está fadada ao fracass

Por: Gustavo Tavares

Harry Potter é uma das maiores franquias do cinema, entretanto a nova quintologia desse universo ainda não empolgou os fãs. Isso se deve principalmente a vários retcons que a roteirista – que é a própria J.K. Rowling – vem fazendo no universo que criou. Como os novos filmes se passam antes da aparição daquele que não deve ser nomeado, alguns desses retcons acabam se tornando furos de roteiro, o qu

Finalmente tenho a oportunidade de escrever sobre uma das franquias que eu mais adoro. Harry Potter é sem sombra de dúvidas uma das obras mais completas da cultura pop. Os filmes são fantásticos apesar de alguns terem envelhecido mal, – em relação a computação gráfica – porém os livros como sempre são superiores, principalmente preenchendo lacunas que os filmes falharam em abordar. Sempre me dói quando alguém diz que não gosta de Harry Potter, não consigo entender como a pessoa não teve a mesma sensação mágica que a maioria das pessoas sentiram. A premissa é simplesmente incrível, a narrativa que aos poucos foi amadurecendo com o seu público é sensacional, todos os personagens são cativantes e os antagonistas realmente ameaçadores.

Poderia ficar escrevendo por horas sobre como cada um dos capítulos dessa franquia são incríveis, como existem similaridades com o passado da humanidade, incluindo fatos históricos do nosso próprio país. Como é fantástica a abordagem da J.K. Rowling em mostrar o plano perfeito do Lorde das Trevas, pois ele nunca se coloca de fato como o poderoso por trás do ministério ou como controla a narrativa midiática para colocar Harry e seus aliados como terroristas perigosos. Apesar de querer transformar esse artigo em uma ode a Harry Potter, preciso primeiro focar em como a nova quintologia ainda precisa mostrar a que veio. Existem problemas nos dois primeiros filmes de Animais fantásticos, nada que tenha a ver com o elenco escalado ou com o período histórico que se passa, mas sim com o roteiro dos filmes e seu ritmo perturbador.

ATENÇÃO: o conteúdo abaixo contém leves spoilers de filmes anteriores!

Então primeiro de tudo eu gosto muito do primeiro Animais Fantásticos e tenho muitos problemas com o segundo. A escolha do protagonista para mim é perfeita, Newt Scamander é um achado para esses filmes, utilizá-lo para termos uma premissa mais infanto-juvenil e aos poucos haver uma escalada de tensão conforme os filmes vão ficando mais sombrio. Basicamente repetiu a fórmula que deu certo na franquia Harry Potter. Isso não é um demérito, claramente a J.K Rowling possui uma identidade na sua escrita e se mantém em todas as obras desse universo, entretanto o que falha fortemente é a escritora não saber quando parar de escrever. Entenda que a escritora não é roteirista, ela não consegue fazer algo mais enxuto para contar uma história, devido a isso seu roteiro não consegue manter um ritmo interessante podendo ficar entediante para o grande público. O segundo sofre muito com esse ritmo lento, lembro que quando assisti esse filme no cinema eu mantive a minha atenção fixa do início ao fim, mas a minha namorada pela primeira vez dormiu no cinema, saindo da sessão falando que assistiria a sequência no streaming. O ritmo é um problema para o grande público, já para os fanáticos assim como eu o problema é o roteiro, mais especificamente as retcons que são feitos pela J.K. Rowling.

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Existem coisas nesse universo que são escritas em pedra, algumas delas são diretamente relacionadas a família Dumbledore, então quando Rowling decide acrescentar coisas que não foram apresentados nos livros causa no mínimo estranheza. Lembro de sair completamente confuso com o cliffhanger do segundo filme, somando a algumas decisões questionáveis até chegar naquele ponto da história. O filme acaba sendo bem decepcionante deixando um gosto amargo para os fãs. Muitas teorias foram criadas até o momento, algumas melhores que outras, porém criou-se um problema muito grande para a sequência, pois será que o fato de Alvo Dumbledore ter um irmão perdido será desmentido na sequência? Se isso acontecer será no mínimo uma gafe cometida pela roteirista, já que há uma regra não falada em hollywood sobre nunca usar um cliffhanger falso. Essa regra existe para não frustrar o público, imagina se a sequência de “de volta para o futuro” não levasse o jovem McFly para uma metrópole onde os carros voam? Seria um desastre correto? Assim como deixar os fãs ávidos por respostas sobre o parentesco de Dumbledore e no fim ter a resposta de que o Grindewald estava apenas mentindo para o rapaz. Agora sobre a segunda hipótese, se eles são realmente relacionados como isso nunca foi informado nos livros? Alguém tão famoso como Dumbledore conseguiria manter esse segredo? No livro da Rita Skeeter comentava sobre esse irmão abandonado do bruxo centenário? Acredito que existam respostas interessantes que poderiam encaixar como uma luva, porém apenas um bom roteirista poderia conseguiria encaixa-las com naturalidade e infelizmente sabemos que a J.K. não consegue se destacar nessa área.

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O elenco sofre com diversos problemas externos, acho um erro a retirada de Jhonny Depp do papel. Gosto do visual de Mads Mikkelsen como Grindewald, mas Depp tinha conseguido o feito de ser a melhor coisa no segundo filme. Eu adoro como a vilania do personagem vai aos poucos se apresentando, tendo o ápice em um discurso incrível para bruxos extremistas anti-trouxas. Acho um erro retirá-lo do papel por causa do processo judicial, minha posição oficial é que ele só deveria ser prejudicado após a condenação, algo que acabou não ocorrendo e ainda há processos inversos contra sua esposa Amber Heard. Eu não sou a favor que a atriz perca seu papel de Mera, assim como eu não fui a favor que Depp perdesse o seu como Grindewald. Acredito que haverá uma explicação para a mudança de aparência do vilão, provavelmente baseada no final do primeiro filme, pois o bruxo tem habilidades raras de mudar a sua aparência física. Outro fator que pode ser um problema é personagens em demasia, pois fica difícil desenvolvê-los na mesma proporção. O segundo filme nos apresentou diversos personagens que não agregaram para a história. A trama focada na Leta Lestrange ou a aparição da Nagini foram muito mal encaixadas, até mesmo as atrizes não conseguiram entregar um bom trabalho, no final não sentimos nenhuma empatia com as personagens.

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Acredito que para os brasileiros esse filme será muito especial, o fato de conhecermos bruxos brasileiros inseridos na primeira guerra bruxa com certeza é um diferencial, porém não podem nos passar gato por lebre, pois caso seja apenas um easter egg a revolta será generalizada. E o medo disso ser real existe, já que no segundo filme – que se passa na França – quase não nos apresenta o mundo bruxo nessa parte da Europa. O único país que realmente teve relevância como “cenário” nessa nova franquia foram os EUA, no primeiro filme conhecemos não só o país como suas culturas e claro serve como um “personagem” extra na trama. Nessa terceira aventura precisamos conhecer o ministério da magia brasileiro e quem sabe finalmente termos o Castelo Bruxo aparecendo em Live Action, existem recursos de roteiro perfeitos que poderiam colocar os personagens nessas localidades, principalmente pensando nas futuras atitudes dos antagonistas, pois estes devem tentar recrutar bruxos de todos os lugares para se revoltarem contra os trouxas.

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Tenho dito desde de sempre como acredito no potencial dessa obra, poderia perfeitamente seguir os passos da franquia original, contudo precisa sim de mudanças, principalmente estruturais que engrandeçam os personagens em si. Claro que Dumbledore e Grindewald são grandes nomes, porém o que mais gostei no primeiro filme foi o grupo principal. Newt, Tina, Queenie e Jacob caíram como uma luva, foram personagens extremamente interessantes e carismáticos, cada qual com suas nuances que os tornavam únicos. Todos os fãs, quando se lembram do trio original, sabem exatamente o que esperar, é incrível quando os personagens ganham vida de tal maneira que deixam marcas profundas, tão profundas que qualquer fã poderia descrevê-los quase instintivamente. Isso estava começando a acontecer no final do primeiro filme, como o Newt se mostrava um bruxo tão tímido com outros, mas mudava completamente quando estava com seus animais fantásticos. A Tina como uma Bruxa persistente, forte, focada, tentando conseguir espaço em uma época difícil e bem retrógrada. Queenie como uma bruxa amorosa, mas muito desligada nos moldes da Luna Lovegood. E por fim o Trouxa Jacob que é corajoso na mesma proporção que está deslumbrado com esse mundo mágico. São personagens que possuem potencial de marcar suas características, mas para isso não podem ser descaracterizados como aconteceu com a Queenie no segundo filme, pois a transformação da protagonista em lacaia do vilão foi inexplicável.

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Minhas expectativas após o segundo trailer saíram da moderação, como fã bobo que sou provavelmente irei conferir essa obra nos cinemas, pois o mundo bruxo sempre dá aquele quentinho no coração, mal posso esperar para descobrir quais segredos Dumbledore mantém, todavia acho que o roteiro terá que ser assertivo para não ficar monótono, pois o que os fãs querem realmente saber é sobre a primeira guerra bruxa e quais foram as suas ramificações.

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